7 de dezembro de 2010

Tabela estratigráfica


Fonte: https://engineering.purdue.edu/Stratigraphy/charts/Div_GeolChart.jpg

Princípios litoestratigráficos

Princípio da sobreposição dos estratos

De acordo com o princípio da sobreposição, numa série de estratos na sua posição original, qualquer estrato é mais recente do que os estratos que estão abaixo dele e mais antigo do que os estratos que a ele se sobrepõem. Assim, um conjunto vertical de estratos, ou seja um conjunto de unidades litostratigráficas, forma uma sequência estratigráfica e representa um registo cronológico da história geológica de uma região.
A sequência estratigráfica põe ênfase na cronologia das camadas e na sucessão de ambientes sedimentares. A velocidade e as condições de sedimentação variam ao longo do tempo e pode mesmo haver períodos de interrupção da sedimentação. Se as rochas afloram durante essa interrupção, podem ser emersas e erodidas. Se, posteriormente, a sedimentação, devido a nova imersão, prosseguir, forma-se um estrato que assenta numa superfície erodida. Essa superfície representa uma superfície de descontinuidade.
As grandes descontinuidades no registo geológico, marcadas pela ausência de camadas mais ou menos espessas, designam-se por discordâncias estratigráficas simples ou lacunas ou discordâncias estratigráficas angulares que podem ser explicadas por ausência de sedimentações no local ou por erosão de camadas que existiam.




Princípio da continuidade lateral

Em algumas situações, as camadas sedimentares podem ter grande desenvolvimento, em extensão lateral, sobretudo em águas profundas. Noutras situações, porém, têm reduzidas dimensões, correspondendo a fenómenos localizados e de curta duração. Mesmo nestas circunstâncias, é possível, por vezes, estabelecer correlações de idade entre camadas localizadas em lugares eventualmente muito distanciados.
Frequentemente, verifica-se que também pode ocorrer variação horizontal, isto é, lateral, das características da sedimentação. Assim, o mesmo período de sedimentação pode ocorrer em diferentes ambientes, originando estratos, ou sequências de estratos, onde se verifica uma passagem gradual de litologias. É que, num dado momento, as condições de sedimentação podem diferir de um local para outro.




Princípio da intersecção

De acordo com o princípio da intersecção, toda a estrutura que intersecta outra é mais recente do que ela.



Princípio da inclusão

Segundo, o princípio da inclusão fragmentos de rocha incorporados ou incluídos numa rocha – encraves ou xenólitos – são mais antigos do que a rocha que os engloba.
Os geólogos utilizam os vários princípios enunciados para estabelecerem a cronologia relativa de uma série de acontecimentos geológicos e permitiu a construção de uma escala de tempo geológico baseada na seriação, em termos cronológicos, dos acontecimentos que marcaram a História da Terra desde a sua formação há cerca de 4600 Ma até aos tempos actuais.


Princípio da identidade paleontológica

As rochas sedimentares, devido à especificidade dos seus ambientes de formação, apresentam, com frequência, fósseis.
O princípio da identidade paleontológica admite que os grupos de fósseis aparecem numa ordem definida e que se pode reconhecer determinado período do tempo geológico pelas características dos fósseis, ou seja, estabelece que os estratos com o mesmo conteúdo fóssil têm a mesma idade.
Todavia, não são todos os fósseis que servem para datar terrenos. Só os fósseis de seres vivos que viveram durante intervalos de tempo curto e tiveram uma grande dispersão geográfica – fósseis de idade, característicos ou estratigráficos – possibilitam estabelecer a relação entre a idade dos terrenos em que se encontram.






4 de dezembro de 2010

Curiosidade

As trilobites surgiram, viveram e extinguiram-se sem deixar quaisquer descendentes muito antes de o Homem ter surgido na Terra. O biólogo Jorge Nunes segue a pistas destes artrópodes marinhos e desvenda algumas das suas inúmeras curiosidades.   
 As trilobites, parentes afastados dos crustáceos actuais, foram os principais representantes dos artrópodes (grupo a que também pertencem, por exemplo, os caranguejos e os insectos) nos mares do Paleozóico (há 540 a 250 milhões de anos). Dominaram todos os ambientes marinhos, de uma forma similar ao domínio exercido pelos dinossauros durante o Jurássico e o Cretácico, e eram de tal modo abundantes que esse período de tempo geológico também é denominado como “Era das Trilobites”. Esses organismos surgiram do Big Bang biológico (explosão de vida, com variadas formas) que ficou conhecido por “Explosão Câmbrica” e que correspondeu a uma enorme diversificação evolutiva dos animais, em que a maioria dos filos actuais e outros extintos surgiram. Tiveram uma ampla distribuição geográfica e uma pequena repartição estratigráfica, isto é, cada espécie teve um período de vida relativamente curto, sendo por isso considerados bons fósseis de idade, uma vez que permitem datar as rochas onde se encontram.  Atingiram o seu apogeu durante o Ordovícico (500 a 435 M.a.), quando terão existido 63 famílias agrupadas em oito ordens, entrando em progressivo declínio que culminou com o seu desaparecimento no final do Pérmico (280 a 230 M.a.), altura em que ocorreu uma extinção em massa, a maior da história da vida na Terra, em que terão desaparecido cerca de 90 por cento das espécies marinhas e terrestres.

Fonte:  http://www.superinteressante.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=209:no-rasto-das-trilobites&catid=6:artigos&Itemid=80